terça-feira, 21 de setembro de 2021

Histórico da Ranicultura no Brasil

        Em 1935, a ranicultura iniciava-se no Brasil, no estado do Rio de Janeiro na região da Baixada Fluminense, por meio de Tom Cyrril Harrison (técnico canadense em ranicultura), que trouxe 300 casais de rã-touro americana (Lithobates catesbeianus), e assim surgiu o Ranário Aurora, primeiro ranário brasileiro.

Rã-touro americana.
Disponível em: https://meusanimais.com.br/wp-content/uploads/2020/11/ra-touro-lago-animais.jpg

        40 anos depois da chegada da rã-touro ao Brasil, pesquisadores realizaram um encontro no ano de 1978 com a finalidade de saber mais sobre os cientistas e produtores que trabalhavam com a rã-touro. Esse encontro foi denominado de ENAR (Encontro Nacional de Ranicultura). Desse modo os sistemas de criação foram aprimorados, a alimentação mudou, não sendo mais composta apenas por insetos, a ração foi incluída à dieta desses animais, o sistema de reprodução e de ciclo de vida foi estudado com mais clareza, junto com as doenças mais comuns desses animais.

       Os primeiros ranários brasileiros foram construídos a partir de 1975, o Prof. Dr. Luiz Vizotto, o “Pai da Ranicultura Brasileira” propôs o sistema de Baias estreitas com forma de plataforma em uma das laterais, onde eram depositados substratos orgânicos atrativos para as moscas.
        Outro sistema proposto foi o de Tanque-Ilha, pelo Dr. Dorival Fontanello e sua equipe em 1980. Nesse sistema as baias eram utilizadas como uma ilha central, e lá eram depositados produtos orgânicos destinados à proliferação de insetos.
        O sistema de Confinamento, proposto por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia, é composto de alvenaria, mede de 10 a 15 m² cada. Constituído por compartimentos com formato retangular, placas pré-moldadas de argamassa armada e cobertos com telhas de fibrocimento e com piscina que ocupa cerca de 25% da área da baia.
        O sistema Anfigranja, sugerido por Roberto de Castro Aleixo e colaboradores da Universidade Federal de Viçosa, possui construções em forma de galpões tradicionais, cujas baias de recria apresentam uma disposição linear de seus elementos básicos (cocho, abrigo e piscina), com dimensões variando de 12 a 40 m², esse sistema não usa carcaça dessemelhante as outros, tanto melhor do que os demais. Desenvolveu bastante, principalmente em condições higiênicas.
        O sistema de Gaiolas foi proposto pelo Dr. Fontanello e sua equipe a engorda de rãs em gaiolas, é bastante utilizado para animais de pesquisas. Possuem aspectos de baias, porém com proporções reduzidas, as baias podem ser conservadas em laboratórios de pesquisas, que contam com a facilidade do manejo e coletas de dados. Sofreu um melhoramento técnico nas gaiolas no que se atribui ao manejo físico e nutricional.
        O sistema Ranabox foi proposto pelo Sr. Haroldo Aguiar, as instalações constituídas de baias dispostas verticalmente, possuindo peças de telhas de fibrocimento, com distância de 30 cm entre elas. Também conhecido como a “criação de rãs em andares”.

Sistema Ranabox. Disponível em: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTCb3nT9cq7BNjrr2vU_ROlVml1mmWz4E6ura4PgtVAy7w6fquJNDplV2cHIXDhG5W2-CQ&usqp=CAU

        Outra vez o Dr. Fontanello e sua equipe em 1993, divulgaram os resultados das apurações comparativas com a engorda de rãs, feitas entre os sistemas de Tanque-Ilha, Confinamento, Anfigranja e Gaiolas e ao uso de estufas agrícolas para elevar a temperatura ambiente. Foi feito então o sistema Climatizado.
        Em 1995, por Mazzoni e colaboradores, o sistema Inundado foi originalmente elaborado em Taiwan e levado ao Brasil por criadores argentinos neste mesmo tempo. Empenha-se com elevadas densidades e mantém-se inteirada por água.
        O sistema Rana Piscina desenvolvido por Luiz Carlos Dias Faria, é diferente dos tradicionais, mudando os tanques de alvenaria ou concreto por piscinas de lona, é uma derivação de sistema inundado.

Sistema Rana Piscina. Disponível em: https://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/FCK/image/3(7).jpg

        Com o decorrer do tempo novas tecnologias ajudaram a formar novas adaptações, muitas dessas novas adaptações surgiram por ideias preconizadas por seus autores, os mesmos não puderam garantir os índices de zootécnicos propostos em seus trabalhos originais. E assim denominaram esses sistemas empíricos, que apresentam princípios básicos dos sistemas existentes, de sistemas Híbridos.
        O consumo da carne de rã era um hábito praticado na China por mais de quarenta séculos, sendo considerado saudável pelos gregos. Esta carne é indicada para dietas hipocalóricas e hipolipídicas, por ter um valor calórico e teor de lipídios mais baixos. O Brasil é considerado o maior produtor de rãs em sistema intensivo do mundo. A carne de rã congelada é o principal produto encontrado no varejo atacado.

Carne de rã congelada.
Disponível em: https://peixariaz13.com.br/wp-content/uploads/2015/03/carne-de-ra.jpg

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